segunda-feira, 28 de maio de 2012

MOVIMENTO SINDICAL


A classe operária brasileira tem sua origem em meados do século XIX, em um contexto de decadência da utilização do trabalho escravo. Foi com o capital do café e subordinado aos interesses do capital financeiro inglês que surgiram as primeiras indústrias no Brasil. O surgimento e desenvolvimento do capitalismo trouxe o surgimento de uma nova classe – o proletariado. Surgiram então as primeiras formas de organização da classe operária. Foram organizadas a Sociedades de Socorro Mútuo e Uniões Operárias, que tinham um caráter assistencialista e que acabaram por dar origem aos sindicatos. O objetivo inicial era ajudar os associados no caso de doenças, invalidez, desemprego, pensões para as viúvas, etc. A partir de 1900, aumenta a organização de associações e sindicatos. A Constituição de 24 de fevereiro de 1891 já assinalava a liberdade de associação. Em 1906, surgem os sindicatos dos trabalhadores em ladrilhos, em pedreiras, dos pintores, dos sapateiros e etc., principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo e no Rio Grande do Sul onde começa a disseminar-se a organização sindical.

A luta já demonstrava que a vitória só poderia ser alcançada levando-se em conta que a luta da classe operária é uma só e não de várias categorias isoladas. Assim nasceram os sindicatos, cujo objetivo principal era conquistar direitos. As principais reivindicações da época eram: melhoria salarial e redução da jornada de trabalho. Essa luta sempre foi mais intensa em São Paulo e Rio de Janeiro e predominava as ideias do anarco-sindicalismo que se concentrava na luta dentro das fábricas, através da ação direta, mas negava a importância da luta política e a necessidade de se constituir um Partido da classe operária. Via-se nos sindicatos o modelo de organização para esta sociedade.

O período que abrange os anos de 1917 a 1920, caracterizou-se por uma onda irresistível de greves de massas que em muitos lugares assumiram proporções grandiosas. Era a resposta a vertiginosa queda dos salários dos operários e intensificação da exploração com a crise de produção após a 1ª Guerra Mundial. Entre 1918 a 1920 as grevescomeçaram no Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Porto Alegre, Pernambuco, Bahia, etc., sempre reivindicando aumento de salários e melhores condições de trabalho. Nesse período verificou-se uma ampla campanha dos trabalhadores pelo estabelecimento da jornada de 8 horas de trabalho. Esse período correspondeu ao auge do movimento anarquista, que era até então a liderança mais significativa do movimento operário brasileiro.

Nesse período, o Estado apareceu, claramente, diante do proletariado tal qual é: uma instituição da classe dominante. O proletariado começou a compreender que não lhe bastava lutar somente por reivindicações econômicas. Os anarquistas não podiam dar solução a essa questão, uma vez que queriam de imediato uma sociedade sem Estado, sem governo e sem leis, constituída por federações de trabalhadores. Com isso, acelerou-se então a queda vertical dessa influência no movimento operário. A fundação do Partido Comunista constitui um marco no movimento operário e na vida do povo brasileiro. Corresponde às necessidades do desenvolvimento social. Com o crescimento do capitalismo, a luta de classes se vai definindo com nitidez.

Os anos 30 são marcados por profunda crise do capitalismo a nível mundial, seguida da ascensão do nazi-facismo na Europa. Com Getúlio Vargas no poder, ele procurou num primeiro momento controlar o movimento operário e sindical trazendo-o para dentro do aparelho do Estado. Uma de suas primeiras medidas foi à criação do Ministério do Trabalho em 1930, com o objetivo de elaborar uma política sindical visando conter a classe operária dentro dos limites do Estado e formular uma política de conciliação entre o capital e o trabalho. Na década de 40, o movimento operário continuou a desenvolver-se em meio a muitas dificuldades. Em 1943 o governo Vargas proibiu os dissídios coletivos e o direito de greve. Terminada a Segunda Guerra Mundial, com o enorme prestígio alcançado pela URSS e os comunistas de todo o mundo, o Partido Comunista sai da clandestinidade bastante fortalecido. No início dos anos 50, sob o último governo de Vargas, o movimento sindical atingiu novamente grande dimensão, assim as greves começaram a se tornar constantes.

Os anos 60 são de predomínio do reformismo e as lutas operárias eram hegemonizadas por setores operários ligados ao PTB. Após imensas manifestações grevistas realizou-se o III Congresso Sindical Nacional, onde buscavam uma única organização nacional de coordenação da luta sindical: o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). O CGT tinha o predomínio das posições reformistas e mantinha um contato estreito com o governo, principalmente com o governo João Goulart. No final dos anos 70 as greves voltaram à tona. Especialmente no ano de 1979 ocorreram greves importantes como a da Volkswagen no ABC paulista dentre outras. Mesmo assim, a força das massas expressada em tais greves, em geral, foi utilizada para fins eleitoreiros.

A criação da CUT estabeleceu a divisão orgânica do movimento sindical brasileiro e tinha como ponto de partida o projeto político do PT. Fatores como a dispersão do movimento operário, causada pelo golpe militar, a falta de orientação e o predomínio do oportunismo de direita no movimento revolucionário e sindical, facilitaram a implementação do projeto político do PT. Em setembro de 1988, a CUT aprova o apoio a 1ª candidatura de Luiz Inácio e inicia um processo gradual de abrandamento do discurso. Durante o governo Collor fica mais explícita a política de colaboração de classes da CUT, com a priorização da “negociação” e a parceria com a classe patronal. Já no governo de FHC, as medidas de flexibilização de direitos como banco de horas, terceirização e contrato temporário, tiveram espaço nas discussões com a CUT e praticadas nos sindicatos a ela filiados. A CUT culmina o seu caminho e papel de trampolim eleitoreiro do PT com a eleição de Luiz Inácio a presidente da “República”, tendo como vice José Alencar (burguês).

4 comentários:

  1. movimento sindical teve o predomino com surgimento e o desenvolvimento do capitalismo com nova classes,associado no caso de doença e invalidez, isso eu achei muito importante.

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  2. O movimento sindical tem sua origem em tempos de crise sua luta em prol das melhores condições de trabalho. Sua luta continua ainda hoje pois podemos perceber claramente que muitos dos beneficios que usufluimos hoje são conquistas alcançadas por este movimento. Isto nos leva a refletir o quanto devemos está ligados as lutas sindicais para resguardar as conquista e lutar por novas em prol dos trabalhadores.

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  3. O movimento sindical vem atraveis de lutas conquistando grandes vitorias e desenvolvendo a classe mais igualitaria.

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  4. É muito importante sabermos a origem da luta dos trabalhadores, desde muito tempo eles lutam por melhorias. Sabemos dos nossos direitos e ficamos muitas vezes calado, e acontece também é que o patrão se faz de desentendido sobre o assunto e quando agente precisa agente se cala...ta acontecendo comigo

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