A classe operária brasileira tem sua origem em meados do século XIX, em
um contexto de decadência da utilização do trabalho escravo. Foi com o capital
do café e subordinado aos interesses do capital financeiro inglês que surgiram
as primeiras indústrias no Brasil. O surgimento e desenvolvimento do
capitalismo trouxe o surgimento de uma nova classe – o proletariado. Surgiram
então as primeiras formas de organização da classe operária. Foram organizadas
a Sociedades de Socorro Mútuo e Uniões Operárias, que tinham um caráter
assistencialista e que acabaram por dar origem aos sindicatos. O objetivo
inicial era ajudar os associados no caso de doenças, invalidez, desemprego,
pensões para as viúvas, etc. A partir de 1900, aumenta a organização de
associações e sindicatos. A Constituição de 24 de fevereiro de 1891 já
assinalava a liberdade de associação. Em 1906, surgem os sindicatos dos
trabalhadores em ladrilhos, em pedreiras, dos pintores, dos sapateiros e etc., principalmente
no Rio de Janeiro, São Paulo e no Rio Grande do Sul onde começa a disseminar-se
a organização sindical.
A luta já demonstrava que a vitória só poderia ser alcançada levando-se
em conta que a luta da classe operária é uma só e não de várias categorias
isoladas. Assim nasceram os sindicatos, cujo objetivo principal era conquistar
direitos. As principais reivindicações da época eram: melhoria salarial e
redução da jornada de trabalho. Essa luta sempre foi mais intensa em São Paulo
e Rio de Janeiro e predominava as ideias do anarco-sindicalismo que se
concentrava na luta dentro das fábricas, através da ação direta, mas negava a
importância da luta política e a necessidade de se constituir um Partido da
classe operária. Via-se nos sindicatos o modelo de organização para esta
sociedade.
O período que abrange os anos de 1917 a 1920, caracterizou-se por uma
onda irresistível de greves de massas que em muitos lugares assumiram
proporções grandiosas. Era a resposta a vertiginosa queda dos salários dos
operários e intensificação da exploração com a crise de produção após a 1ª Guerra
Mundial. Entre 1918 a 1920 as grevescomeçaram no Rio de Janeiro, São Paulo,
Santos, Porto Alegre, Pernambuco, Bahia, etc., sempre reivindicando aumento de
salários e melhores condições de trabalho. Nesse período verificou-se uma ampla
campanha dos trabalhadores pelo estabelecimento da jornada de 8 horas de
trabalho. Esse período correspondeu ao auge do movimento anarquista, que era
até então a liderança mais significativa do movimento operário brasileiro.
Nesse período, o Estado apareceu, claramente, diante do proletariado tal
qual é: uma instituição da classe dominante. O proletariado começou a
compreender que não lhe bastava lutar somente por reivindicações econômicas. Os
anarquistas não podiam dar solução a essa questão, uma vez que queriam de
imediato uma sociedade sem Estado, sem governo e sem leis, constituída por
federações de trabalhadores. Com isso, acelerou-se então a queda vertical dessa
influência no movimento operário. A fundação do Partido Comunista constitui um
marco no movimento operário e na vida do povo brasileiro. Corresponde às
necessidades do desenvolvimento social. Com o crescimento do capitalismo, a
luta de classes se vai definindo com nitidez.
Os anos 30 são marcados por profunda crise do capitalismo a nível
mundial, seguida da ascensão do nazi-facismo na Europa. Com Getúlio Vargas no
poder, ele procurou num primeiro momento controlar o movimento operário e
sindical trazendo-o para dentro do aparelho do Estado. Uma de suas primeiras
medidas foi à criação do Ministério do Trabalho em 1930, com o objetivo de
elaborar uma política sindical visando conter a classe operária dentro dos
limites do Estado e formular uma política de conciliação entre o capital e o
trabalho. Na década de 40, o movimento operário continuou a desenvolver-se em
meio a muitas dificuldades. Em 1943 o governo Vargas proibiu os dissídios
coletivos e o direito de greve. Terminada a Segunda Guerra Mundial, com o
enorme prestígio alcançado pela URSS e os comunistas de todo o mundo, o Partido
Comunista sai da clandestinidade bastante fortalecido. No início dos anos 50,
sob o último governo de Vargas, o movimento sindical atingiu novamente grande
dimensão, assim as greves começaram a se tornar constantes.
Os anos 60 são de predomínio do reformismo e as lutas operárias eram
hegemonizadas por setores operários ligados ao PTB. Após imensas manifestações
grevistas realizou-se o III Congresso Sindical Nacional, onde buscavam uma
única organização nacional de coordenação da luta sindical: o Comando Geral dos
Trabalhadores (CGT). O CGT tinha o predomínio das posições reformistas e
mantinha um contato estreito com o governo, principalmente com o governo João
Goulart. No final dos anos 70 as greves voltaram à tona. Especialmente no ano
de 1979 ocorreram greves importantes como a da Volkswagen no ABC paulista
dentre outras. Mesmo assim, a força das massas expressada em tais greves, em
geral, foi utilizada para fins eleitoreiros.
A criação da CUT estabeleceu a divisão orgânica do movimento sindical
brasileiro e tinha como ponto de partida o projeto político do PT. Fatores como
a dispersão do movimento operário, causada pelo golpe militar, a falta de
orientação e o predomínio do oportunismo de direita no movimento revolucionário
e sindical, facilitaram a implementação do projeto político do PT. Em setembro
de 1988, a
CUT aprova o apoio a 1ª candidatura de Luiz Inácio e inicia um processo gradual
de abrandamento do discurso. Durante o governo Collor fica mais explícita a
política de colaboração de classes da CUT, com a priorização da “negociação” e
a parceria com a classe patronal. Já no governo de FHC, as medidas de
flexibilização de direitos como banco de horas, terceirização e contrato
temporário, tiveram espaço nas discussões com a CUT e praticadas nos sindicatos
a ela filiados. A CUT culmina o seu caminho e papel de trampolim eleitoreiro do
PT com a eleição de Luiz Inácio a presidente da “República”, tendo como vice
José Alencar (burguês).
Muito interesante esse tema!!!! Pois é através dele que nosso direitos são garantidos!!!!
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